Parece um nome difícil e complicado de pronunciar, mas não se assuste porque apesar do nome este tipo de vertigem é uma condição inofensiva, apesar de os seus sintomas serem bastante desagradáveis. Chama-se vertigem posicional paroxística benigna, ou VPPB, e é uma condição comum do ouvido interno, que afeta maioritariamente pessoas mais velhas, sendo pouco frequente nos adultos jovens e nas crianças.
As suas causas não são ainda bem entendidas, mas acredita-se que este distúrbio do ouvido interno é causado por partículas (cristais de carbonato de cálcio) que irritam os canais semicirculares, que no ouvido interno regulam o equilíbrio e a estabilidade do nosso organismo.
A VPPB surge tipicamente, tal como o nome indica, devido a uma mudança na posição da cabeça – por exemplo ao acordar de manhã e passar da posição de deitado para sentado ou simplesmente por girar a cabeça na almofada durante a noite ou ainda levantar a cabeça para olhar para cima – o que leva a que as tais partículas se desloquem para os canais semicirculares do ouvido interno. A VPPB afeta mais comumente o canal semicircular posterior, mas ocasionalmente pode afetar igualmente o canal semicircular lateral.
Como resultado surgem episódios curtos de tontura (vertigem) que, muitas vezes, se fazem acompanhar de náuseas vómitos e perda de equilíbrio. A vertigem posicional paroxística benigna tende a melhorar ao longo de semanas ou meses, mas pode haver recaídas e, ao longo do tempo, surgirem novas “crises”. É facilmente tratada, pois simplesmente as partículas precisam de voltar a deslocar-se para fora do canal semicircular em direção a uma parte do ouvido onde não causem sintomas. Isso faz-se recorrendo a manobras da cabeça, como por exemplo a manobra de Epley, também designada por reposicionamento canalicular. Este tipo de manobra é uma das primeiras estratégias a usar no tratamento da vertigem posicional paroxística benigna pois trata-se de um procedimento seguro em doentes idosos e pode ser efetuado, em poucos minutos, por um médico ou fisioterapeuta, registando melhorias em cerca de 90% das pessoas com VPPB.
Outro tipo de manobra que também se utiliza vulgarmente para tratamento da VPPB – e que pode ser feita em casa – é o que se designa por exercício de Brandt-Daroff, também conhecida por exercícios de habituação vestibular, que consiste em realizar, várias vezes ao dia, pelo prazo de duas a três semanas, uma série de exercícios de movimento da cabeça com o objetivo de gerar habituação. Muitas pessoas consideram este exercício difícil de realizar pela frequente sensação vertiginosa que o próprio desencadeia.
Em todas as manobras, o objetivo é fazer com que os fragmentos anormalmente presentes no canal semicircular posterior sejam encaminhados de volta, pela ação da gravidade, para o utrículo (utrículo e o sáculo são parte do labirinto).
Ainda que seja necessário recorrer a este tipo de manobras para alívio dos sintomas, importa referir que a VPPB é uma condição autolimitada e que, na maioria dos casos, regride espontaneamente, sem qualquer tratamento, num período de tempo muito variável em cada caso, semanas ou meses.
O diagnóstico deve ser sempre feito pelo médico. otowel CERA e otowel ACQUA não tratam nem previnem a Vertigem posicional paroxística benigna.
Referências:
REVISTA BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA. Consultado em 01 novembro de 2019.
ADA. Consultado em 01 novembro de 2019.
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